Digo
bicicletinha porque era pequenininha mesmo...mas bem pequena...
Ela tinha
dois pneuzinhos bem pretinhos e redondinhos...
Os pedais
eram quadradinhos e cinzas...
O guidão era
firme e o breque...ah...e o breque, então! - O breque era animal!
Com ela
rodei o quarteirão, fui no Açougue comprar carne para a minha avó, passei em
frente ao bar do fliperama, dei oi para o Tio Tacílio e me diverti nas lajotas
verdes da esquina...que faziam um barulhinho bem irritante quando eu passava
por lá...
Com ela
passei em frente ao correio e ao lado do Posto de Gasolina, cumprimentei o
André e o Sr. Hélio e virei a esquina com tudo deixando muitos que por ali
passavam preocupadíssimos com a minha cabeça que poderia se rachar a qualquer
momento.
Nela não
consegui levar ninguém na garupa, afinal, ela era bem pequenininha...só cabia
eu mesmo que também não ficava atrás no tamanho...rsrsrsrs
Quando minha
avó falava alto algo como "Meu pai eterno" eu sabia que o bicho ia
pegar pro meu lado e que, naquele dia, eu levaria um safanão daqueles quando
chegasse em casa e tudo ficaria vermelho, assim como minha bicicletinha: minha
orelha, minha bunda e até minha falta de vergonha na cara...que naquela época
era só diversão, ingenuidade e posso dizer SABEDORIA DE VIVER!