quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PERDER

Perder faz parte da vida...perdemos alguma coisa constantemente...perdemos a paciência, o sono, a vontade, a chave do carro, o relógio, o celular, dinheiro...perdemos a fala, perdemos a razão, perdemos nossos avós, nossos pais...nossos amigos...perdemos a hora, a força, o espírito de justiça, a esperança...perdemos nosso cãozinho, nossa tartaruga, nossa coleção de figurinhas, nosso jogo de dominó...
Perder na hora é um porre...mas depois...dá pra aprender alguma coisa...ou não...às vezes não dá pra aprender nada e aí vem a revolta, a tristeza, a solidão...ou não...às vezes vem a calmaria, o entendimento, a compreensão...
A vida é assim...perder isso, perder aquilo e o pior de tudo é que sempre queremos perder alguma coisa...tem gente que quer perder peso...oh troço difícil de se fazer...diria que quase uma missão impossível...tem gente que quer perder o sono pra aproveitar um pouquinho mais daquele filme romântico...tem gente que quer perder a hora só pra ficar um pouquinho mais na cama...tem gente que quer perder tempo comendo pipoca e assistindo sessão da tarde...tem gente que quer perder a tristeza que insiste em não sair fora de cena...
Perder é assim, tem gente que quer, tem gente que não quer...mas uma coisa é fato: Todo mundo perde...e perde mesmo...de verdade...constantemente...afinal...nem sempre há o que ganhar! 

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

MAIS DO MESMO

Levantar, escovar os dentes, tomar banho, enxugar, colocar a calça, vestir a blusa e os sapatos, pentear o cabelo, comer 1 pão com margarina, tomar um pingado, sentar no sofá, assistir o "Bom dia Brasil".

PRONTO! Hora de ir para o trabalho...

Pegar a marmita na geladeira, destrancar a porta, descer as escadas, entrar no carro, ligar o rádio, abrir o portão, seguir, chegar no trabalho,falar bom dia, tomar água, encher a garrafinha, subir para a sala, sentar, olhar para o pc e dizer: "oi de novo".

Trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar...

Sair do trabalho, praticar atividade física, ir para casa, fazer janta, jantar.

Trabalhar, trabalhar, trabalhar e trabalhar...

Bateu 0h...dormir! dormir! dormir!...pra quê? - Amanhã é tudo igual...igualzinho mesmo...até a cor da pasta de dente e o som do despertador...é  igual...é mais do mesmo...é rotina...é dia-a-dia.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

RECLAMAÇÃO

Reclama do dólar que aumentou, reclama da inflação, reclama de gente que tá morrendo, de gente que tá solto por aí...reclama sem dó, sem cor, sem mais.
Reclama porque choveu e aí quando o sol aparece reclama dele também, reclama da lua que está cortada, reclama das estrelas que não apareceram, reclama do vento, da brisa, da neblina, da neve...que não é leve.
Reclama da alteração que deve ser feita, da barba que está grande, da caneta que não pega, do vizinho de mesa que canta com o foninho na orelha, reclama dos papéis que chegaram e daqueles que nem vieram, reclama da sorte...da morte...do sul, do norte.
Reclama porque acordou do avesso, reclama porque quer reclamar, reclama do ar condicionado que não funciona, da faxineira que desligou o pc, do motoboy que perdeu o envelope, da esposa que deixou cair café...não tem calma...não bota fé.
Reclama do trânsito, da tia que demora pra atravessar, do cara da charrete, do caminhão do lixo, do caminhão da laranja e do gás, do carro da frente que solta uma quantidade imensa de monóxido de carbono, do cachorro cagão, das folhas, dos galhos, das árvores, dos pássaros, da poluição...do mundão de cão.

- Reclamo mesmo, e daí?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

PARA OLHAR DENTRO DE MIM

É necessário coragem, suor e disposição.
É necessário força, amor e perdão.
É difícil ser eu mesmo nesse mundo onde nada é natural, tudo é sempre tão desigual e todos são tão irracionais...animais...
É fácil colocar máscaras, esconder a verdade, passar de bobo, de burro, de imortal...
Mas e a essência? Onde ela está? - Ei...essência! Ei...essência, cadê você? Onde se meteu?
É...ela se perdeu...se perdeu no ter, no ter mais e no mais ter...se perdeu do ser e o ser fugiu...se foi e quem sabe nem volta mais...pois o ter não deixa...ele suga, maltrata, destrói mas entorpece, dá prazer e dependência...
Há um bom tempo atrás, um gênio já dizia "Ser ou não ser, eis a questão"...lá no tempo em que tudo era mais leve, mais sábio, mais verdadeiro...imagine hoje onde a superfície é o principal lema...o que há de virar isso? Quem sobreviverá? Será que vai passar, ou vai acabar?
É...para olhar dentro de mim...é necessário coragem, suor e disposição. É necessário força, amor e perdão...peraí...MUITO PERDÃO!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

TEM DIAS QUE TENHO RAIVA

Tenho raiva de existir...tenho raiva de ser como sou e de como as pessoas são...tenho raiva daquele cara do trabalho, daquele que entrou na vaga do estacionamento primeiro do que eu, daquele que fez um comentário desnecessário em uma hora mais desnecessária ainda...affff...
Tem dias que tenho tanta raiva que parece que vou começar a explodir de baixo pra cima...como se os pés começassem a explodir e terminasse com o golpe final na cabeça...é estranho...mas tem dias que tenho raiva assim...
Raiva da sombra que está do lado esquerdo mas que eu gostaria que ela estivesse do lado direito...raiva do calor...raiva do frio...raiva da dor...raiva da falta de amor...do mundo...da guerra...da corrupção...da desilusão...do terremoto lá do outro lado do mundo por causa das benditas placas tectônicas...do músico que desafina...da rotina...do cheio...do vazio...da raiva...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

POR QUE AS MÃES SOFREM?

Mãe é um negócio que não podia morrer nunca...morrer de morrer mesmo...porque mãe só morre de morrer...não morre de dentro do coração, não morre das lembranças...não morre...
Mas antes de morrer mãe sofre muito...
Sofre pelo filho que não está chutando sua barriga...sofre porque ele nasce e não pega o peito...sofre quando ele cai e machuca o joelho ou quando apanha na escola...sofre quando ele tem sua primeira desilusão amorosa e quando ele casa e não se sente feliz...sofre...e sofre.
As mães não deveriam sofrer tanto...elas amam tanto...compartilham tanto...ajudam tanto...e sofrem mais um tanto...seria melhor se sofressem pouco...seria melhor se o amor substituísse a dor e o sofrimento passasse bem rapidinho...seria melhor se elas não envelhecessem...se elas não tivessem que aguentar filhos ingratos ou maridos injustos...se elas não chorassem de tristeza...se elas não sofressem tanto...
Quisera eu ter o poder de arrancar o sofrimento das mães...de arrancar mesmo...puxar, puxar, puxar, até sair...
assim, elas viveriam mais, se sentiriam mais felizes e não chorariam jamais de tristeza...só lágrimas de alegria, de orgulho, de admiração e de amor...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A MEDIOCRIDADE DO MUNDO

Me revolto com a mediocridade do mundo...
Quanta HIPOCRISIA, INFAMIDADE, CRUELDADE, MALDADE mesmo...é triste isso...aliás, é muito triste isso!
Tem coisas que matam mais do que assassinato...matam a liberdade, a esperança, os sonhos, a alegria...matam a alma...matam a vida...
Tem coisas que destroem notas musicais...poemas...arte...expressão...destroem o ser...destroem o espírito...
Tem coisas que frustram...que desgraçam...que entristecem...que matam mais do que tiro, do que doença ruim, do que assalto, do que acidente de carro...Coisas como a mediocridade...ahhh...a mediocridade do mundo...vai além de tudo...vai além da vida...vai além da paz...e ela sim provoca guerra...guerra interna, guerra externa...GUERRA!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

NUM ESTALAR DE DEDOS

Um filho pode ser feito...
Uma unha pode ser quebrada...
Uma fruta pode cair da árvore...
Uma pilha de papéis pode despencar...
Um tiro pode ser disparado...
Uma vida pode ser tirada...
Uma luz pode ser apagada...
Uma ideia pode salvar o dia...
Um apagão pode salvar a noite...
Um beijo pode ser roubado...
Um espinho pode ser tirado...
Uma caneta pode cair no chão...
Um vidro pode rachar...
Uma mão pode ajudar...
Um abraço pode ser a solução...
Um sorriso...Ah o sorriso...esse sim pode ser a razão...
De tudo...do nada...daquilo...disso...do começo...do fim.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

QUANDO SENTI A TERRA

Lembro a sensação da primeira vez que coloquei meus pés na terra...acho que há uns 26 anos atrás...ou mais do que isso. Se sei aonde foi?...aaahhh...isso eu não sei...mas aquela sensação sempre volta quando coloco meus pés na terra...
Fofa e ao mesmo tempo geladinha...vermelha...tão suja e tão limpa...tão pura...tão de verdade...
Quando senti a terra aquele dia e ainda hoje quando sinto, dá vontade de não parar de sentir...dá vontade de sujar os pés e de mergulhar com tudo nela...dá vontade de ser mais simples e menos complicado...de ser mais leve...mais puro...mais sem mas...

Quando sinto a terra, dá vontade de fazer coisas bizarras sem se preocupar com os olhares alheios...de arregaçar as calças até a metade (da canela) e esquecer esse negócio de ter que colocar sapatos...de sujar as unhas e não se importar com o dinheiro que vou gastar na manicure...de ser mais eu...de ser mais terra...tão simples...tão pura...tão terra!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

SENTI VOCÊ

Senti algo estranho ao ouvir uma música chamada Love Someone...algo como borboletas no estômago...algo como asas nas costelas...
Momentos me passaram pela cabeça como visões jamais esquecidas...momentos com você...momentos de nós dois...momentos e mais momentos...
Senti uma alegria misturada com vontade...um frio misturado com calor...um cheiro misturado com alívio...
As notas aumentavam...desciam...desciam e aumentavam...elas tocavam dentro de mim e envolviam meu ser...e lá dentro estava você...dentro da nota...dentro de mim...mas meio que não cabia em mim...
Senti como se tivesse andado muito mas não estivesse cansada...senti como se tivesse encontrado uma cabana no meio de uma floresta mas não tivesse com medo...como se pular de um precipício para encontrar lá embaixo a água fosse fácil...senti você...
É isso...senti você!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

E SE AMANHÃ FOSSE SÁBADO?

Se amanhã fosse sábado hoje eu estaria fazendo outra coisa...quem sabe suspirando ansiosa pra ver meu grande amor ou comendo aquele chocolate derretido após o almoço porque de sexta, pode!... ou ainda quem sabe, acordando um pouco mais tarde e tomando café correndo...
Se amanhã fosse sábado o final de semana estaria prestes a começar e a cidade estaria mais movimentada...já que muitas pessoas estariam partindo e outras estariam chegando...
Os vizinhos mais velhos estariam mais rabugentos afinal, no apartamento ao lado, a festa começaria...
Se amanhã fosse sábado a cerveja estaria gelando e os amigos combinando a reuniãozinha...as esposas estariam furiosas se o encontro com as amigas tivesse sido cancelado...
Se amanhã fosse sábado hoje seria sexta e depois de amanhã domingo e depois, depois de amanhã segunda...e tudo começaria de novo...como sempre é...como sempre foi...


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

ONTEM EU SENTEI NA CALÇADA LÁ DE CASA

Ontem eu sentei na calçada lá de casa. Fazia anos que eu não fazia isso. Eram 5 horas da tarde.
Foi demais. Eu estava de shorts estampados e camiseta estampada e com uma havaianas no pé.
Eu tirei minhas havaianas e senti o asfalto quente e deitei na minha calçada. Ela estava quente e eu logo me levantei.
Passou o sr. Paulo de bicicleta, vi a Maria com o Matheus no colo e o Joaquim se molhando com a mangueira.
Aí olhei pra cima. Vi um pardal no fio do poste e ao lado dele um rolo de pipa.
Fiquei ali sentada mais ou menos 10 minutos e me senti maravilhosamente bem.
Relembrei meus dias de criança que sentava lá todas as noites esperando a criançada da vizinhança sair pra brincar. Sentava lá pra esperar meu pai chegar do trabalho.
Sentava lá na véspera do natal pra ver estrela cadente.
Sentava lá pra jogar conversa fora.
Sentava lá pra tocar violão.
E quando me vi de novo vivendo isso, foi um enorme prazer. Foi lindo!